Se você trabalha, seja qual for a sua ocupação, sei que me entende: têm momentos durante a frase de criação (troque criação por produção, caso ainda não esteja convencido de que toda atividade é criativa), que parece que as coisas não saem do lugar.
O pensamento é “ok, eu preciso finalizar isso, mas eu não tenho ideia do que fazer” Tudo travado. Parece que sua cabeça nunca foi capaz de produzir um único pensamento.
Eu aprendi uma coisa nesses tantos anos lendo sobre o assunto e me envolvendo em 1001 atividades, por hobbies ou obrigação: a criatividade precisa do movimento. Não dá pra gente ficar semanas falando “Ai, tô travada” e continuar assim, esperando que as coisas voltem a fluir sem mais nem menos.
“A inspiração está fora do nosso controle e pode ser difícil achá-la”
Rick Rubin - O ato criativo: uma forma de ser.
É muito comum pensar “foda-se, isso não está funcionando” e tentar começar outra coisa do zero quando o bloqueio criativo dura muitos dias. Só que antes de desistir daquela ideia que parecia tão interessante no começo, acredito que dá pra tentar reconquistar a nossa musa - a inspiração.
Sabe quando você está numa paquera e percebe que a outra pessoa está se afastando, então decide mudar a abordagem pra reconquistar atenção?
É mais ou menos isso.
Nós somos os responsáveis pela nossa criatividade. Apesar de não decidirmos quando a inspiração vem, podemos lançar convites pra que ela nos faça uma visita. Uma forma de fazer isso é mudar o processo, até encontrar algo que desperte aquela empolgação da primeira vez que você sentou pra trabalhar.
É aí que mora a confusão 👇
Tem gente que acha que precisa fazer coisas totalmente diferentes, complexas ou caras, mas essas mudanças podem vir em ajustes práticos no processo criativo de trabalho.
⚡ Travou no computador? Tente escrever no papel.
⚡ Está difícil pensar em algo diferente? Saia de casa e converse sobre o projeto com um amigo.
⚡ Sente que está se repetindo o tempo todo? Levante, busque referências em um formato diferente e volte a isso amanhã.
Eu fiz isso esses dias. Aliás, é engraçado como nossa cabeça parece uma criança que fica animada quando ganha um brinquedo novo.
Vou te dar um contexto:
Tenho acompanhado vários profissionais da beleza de perto, dentro da minha consultoria criativa. Os encontros são ao vivo, mas algumas me disseram que estava difícil de acompanhar por causa da rotina corrida do salão.
Pensei em algumas possibilidades e cheguei a uma ideia interessante de gravação. O lance é que o curso vai ao ar dia 05 de junho. Com o prazo apertado e sem verba pra tráfego, minha única saída é fazer o conteúdo orgânico funcionar bem. (E o pobre tem escolhas? hahaha)
Bom, com essa pressão toda, eu travei. Foram mais de 3 dias com a planilha do planejamento aberta. Todas as ideias pareciam iguais. Tudo começando a ficar com a mesma cara. Nada fluía.
Eu PRECISAVA convidar a inspiração pra voltar!
Desci na avenida, comprei uma cartolina por R$ 4,00 e uma caneta Bic. Fiz a parte estratégica no computador, organizei os objetivos e detalhei o público um pouco mais.
A parte criativa foi papel. Acho que eu não rabiscava uma cartolina há uns 10 anos, sem brincadeira nenhuma. A sensação foi diferente, divertida. Coloquei o som alto e me peguei cantando enquanto escrevia os temas dos posts com letras cursivas. Foram 3 títulos em menos de 20 minutos. Fazia tempo que isso não acontecia no computador.
Mudar o tipo do processo me tirou do automático.✍️
No computador, eu já estava tensa e resistente. Cansada e irritada. No papel, parecia que estava começando agora. Tudo era possível e menos sério.
É claro que eu também tem uma explicação pra isso: estudos mostram que escrever à mão ativa áreas diferentes do cérebro ligadas à memória, foco e criatividade. Quando você muda a ferramenta, também troca o tipo de pensamento que acessa.
A inspiração é aquela amiga pilhada que todo mundo tem. Ela não gosta de fazer a mesma coisa todos os dias. Repetir o bar por 3 finais de semana seguidos? Na quarta ela nem aparece. Independente de qual seja o seu contexto de trabalho, fazer tudo “jeito que sempre foi”, da ideia ao resultado, pode te travar.
Trocar o Excel por uma cartolina me fez pensar com mais liberdade. Pude perceber mais as ideias, em vez de só tentar organizar. Depois de umas 4 horas, montei um calendário de conteúdo pra 1 mês, com quase dois posts por dia. Agora começa a parte 2: misturar criatividade com a técnica pra colocar tudo isso em prática.
Vai dar trabalho, mas tô animada pra ver minha criatividade se transformando em resultados mensuráveis, nas métricas, nas vendas e na conversa com quem me acompanha.
Será que dou conta?
Pelo menos o planejamento saiu, hahaha.
meus outros canais
no Instagram
Consultoria criativa: um treinamento personalizado pra você melhorar suas redes sociais.
Leia o Você, Artista e Criativo