Tô vendo daqui você pensando:
“bom, se VOCÊ não tem certeza disso, com eu vou saber?”. 🧐
Lá vou eu abrir meu coração e expor meus dramas. Isso porque já entendi que esse é o único jeito de trocarmos experiencias de verdade. Deixo a vida perfeita pro Instagram, risos.
Janeiro foi um mês lento por aqui. Me senti num limbo. Sai da CLT, até tinha projetos no papel, mas a sensação era de estar correndo uma maratona, quase desidratada, só que parada no mesmo lugar. Nesses dias, eu questionei muito a minha capacidade de ser criativa.
Eu pensava:
“Estou estudando criatividade há anos, escrevo sobre isso, dou orientações, mas, o que, de fato, estou criando?” E esse sentimento ficava mais foda ainda quando alguém falava “ah vi esse post sobre criatividade e lembrei de você” ou “cara, você que é uma pessoa criativa, me ajuda com isso…”
Eu só conseguia me sentir uma farsa.
É normal se questionar em alguns momentos da vida. Às vezes, surge uma necessidade de ver coisas materializadas, tipo, fechar 2 vendas, ou conquistas mais palpáveis, sei lá, ter dinheiro pra comprar um carro, pra validar quem nós somos.
Vem a necessidade de algo que nos faça pensar “sim, eu tenho certeza de que sou boa, olha o que eu acabei de conseguir…”
Mas, em janeiro, eu não tinha nada materializado. Só a sensação de saber muito na teoria, mas nada na prática - que não adianta muita coisa. Precisei parar um tempo pra pensar no que eu estava acontecendo, porque desse jeito não dava pra ficar.
Recorri ao melhor exercício pra destravar a criatividade: escrever qualquer coisa em 3 páginas de caderno todos os dias de manhã. Tem um mês já. Nem sempre eu consigo fazer, porque vivo uma rotina de de gente da vida real, mas faço o possível.
Neste processo, entrei em algumas questões que acredito que vão te ajudar a perceber como anda a sua capacidade de fazer coisas e resolver problemas - as duas principais funções da criatividade.💡
Primeiro, é fundamental lembrar que existem diferentes formas de expressão da criatividade.
Ela é um recurso de sobrevivência, que permite a readaptação em momentos difíceis. Enxergo a criatividade como um estilo de vida, que vai te dar autonomia, coragem e jogo de cintura pra lidar com diferentes situações, mantendo o foco em você.
Isso eu fiz de novembro pra cá. Foi terrível ter coragem de assumir que queria tentar algo novo quase nos 30, sendo pobre, mas hoje eu sou outra pessoa. Já tem umas 4 semanas que eu nem choro! kkkk. Consigo “relaxar” diante dos problemas financeiros, porque no fundo, eu sei que vou dar um jeito. Bem ou mal, eu sempre dou. Esse “sempre dar um jeito” já é uma prática criativa.
A criatividade também é uma ferramenta ligada ao fazer. Essa é a visão mais comum, que trata da produção e produtividade - a ponta do iceberg.
Nesse sentido, eu estou: trabalhando nas estratégias de marketing e captação para o meu salão de beleza, dando treinamentos de produção de conteúdo pra outros profissionais, escrevendo uma newsletter sobre criatividade, abrindo uma loja.. Minha criatividade é aplicada para a comunicação, para a expressão dos pensamentos por meio das ideias, para fazer cabelos, etc…
Prestando mais atenção, percebi que o que acontece é que meu potencial criativo se apresenta de várias maneiras em um só dia.
Às vezes, grande e expressivo. Em outras, nos detalhes. Com tantas facetas, ele pode passar despercebido. Talvez eu tenha normalizado tudo o que eu faço (?)
Compartilho isso aqui pra te mostrar que é possível que você esteja se sentindo pouco criativo porque se acostumou com o que faz. Já não é mais uma mágica. Soa meio “ah, isso aqui não é nada não. Normal, fiz rapidinho”
Olha que paradoxo doido: fazer coisas criativas ficou tão fácil, que a gente nem percebe o esforço que tem por trás disso. Essa é mais uma prova de como é fácil entrar no piloto automático.
Também tem o lance de pensar que só o que o outro faz é bom. Aqui, a comparação é a nossa inimiga, nos fazendo acreditar que só porque você não fez algo parecido com o de quem acompanha, não está fazendo nada. É muito mais fácil ver a mágica nos outros, né? Todo mundo parece legal, a gente parece uma farsa.
Tenho uma anotação em um dos meus cadernos que diz "Criatividade é a capacidade de ver as coisas de forma nova, e isso envolve não apenas a habilidade de produzir algo original, mas a coragem de ser vulnerável diante do desconhecido, de enfrentar a incerteza que nasce do processo criativo.”
Quem falou isso foi o psicólogo existencial, Rollo May, e eu penso que encaixa bem no que venho vivendo desde janeiro: os dias mais instáveis são tão parte das realizações criativas quanto o nascimento de um trabalho que um dia foi só uma ideia.
Temos a tendência de achar que não produzimos nada útil, só porque não trabalhamos em projetos gigantescos. Se isso tem rolado por aí também, separe uns minutos, pegue uma folha e anote tudo o que você tem feito nas últimas semanas. Vai ajudar a silenciar os pensamentos chatos que insistem em aparecer.
Desconfio que a gente não está precisando ser mais criativo ou estudar coisas novas, só precisamos nos lembrar das coisas que já sabemos, mas a rotina nos faz esquecer. :)
Obs. Janeiro passou lento, mas fevereiro chegou com respostas. Tô animada de novo.
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