Essa vergonha é do que? 👁️
Como essa sensação esquisita faz parte da vida criativa e o que fazer com ela.
Depois de uns 3 anos ensaiando pra ir no café filosófico que a CPFL organiza aqui em Campinas, consegui participar do que rolou com a Ana Suy na última semana. Deus abençoe a flexibilidade da rotina da autônoma.
O tema da palestra era “Vergonha, solidão e desamparo”.
Ela começou falando sobre como a gente experimenta a vergonha de várias formas ao longo da vida. Um comentário aqui entre nós: a capacidade de compartilhar ideias complexas de forma simples que ela tem é INCRÍVEL. O que a Ana tem de pequenininha em tamanho, tem de grande em oratória.
Voltando a palestra…
Foi muito interessante olhar para a vergonha e o medo de se expor pelo ponto de vista de uma psicanalista. Pensando na prática criativa, estamos acostumados a ouvir sobre esse assunto de uma forma muito superficial - faça isso ou aquilo - sem pensar muito na origem desses desconfortos, que podem virar grandes bloqueios criativos se não tratados com atenção.
Pedi pro ChatGPT explicar o que é vergonha:
Resumindo: é uma merda, mas todo mundo sente. Dos mais criativos aos que são totalmente travados. Das pessoas mais famosas até as mais low profile, ninguém passa ileso.
O motivo da vergonha ou contexto podem ser diferentes, mas, sabendo que esse desconforto é parte da existência humana, em vez de lutar para não sentir, nós precisamos entender de onde está vindo.
Eu acredito que nomear resolve mais do que só remediar com mil “fórmulas prontas do que fazer para…”
Para isso, se pergunte:
O que essa vergonha está me dizendo?
Do que eu tô com medo?
Com o que ou quem estou me importando?
Isso é sobre o meu trabalho ou sobre mim?
A Ana Suy trouxe uma definição que eu considero a melhor forma de pensar sobre esse sentimento no contexto da criatividade: vergonha é a estranheza que eu sinto quando sou vista fazendo alguma coisa.
Sendo assim, o máximo que a gente pode fazer é, mais uma vez, tentar compreender:
Mas por que eu não quero ser vista fazendo isso?
Qual é o verdadeiro problema?
O que de pior pode acontecer se me virem nessa situação?
Eu não estou aqui pra julgar o que causa desconforto em você. Pode ser desde escolher um sabor de bolo diferente quando todo mundo está pedindo chocolate ou falar para um público de mil pessoas. Só quero que você pratique esse exercício de investigação sempre que ele surgir. Vai ser chato, mas vai ser bom. Prometo.
Outro ponto que vale a pena pensarmos é que toda vergonha, em maior ou menor escala, é a ausência de alguma coisa. Por exemplo, se falar em público te faz suar frio, é possível que esteja faltando autoconfiança ou preparo técnico do que precisa ser dito.
Como a vergonha é muito esquisita, é natural não conseguir identificar de onde ela está vindo ou o que está dizendo logo de cara. Muitas vezes, me peguei falando sozinha: 'Eu sei que estou sentindo isso, só não entendo o porquê!”
Bom, aí, o que resta (e o mais inteligente) é levar para terapia pra entender o que dá pra melhorar, para, quem sabe, sentir menos vergonha, porque deixar de sentir a gente nunca vai.
A vergonha é do ser humano.
Todo mundo está envergonhado em algum nível.
Por isso, minha receita pra 99% das coisas na vida é:
TENTAR entender o que está rolando.
Descobrir se dá pra ser diferente.
Se não der, foda-se.
E, continuar.
Acredito na teoria de que a vida se faz vivendo. No caminho a gente resolve, se tiver como. Porque se você for esperar ficar mais confortável pra fazer o que precisa, nunca vai fazer nada.
Vergonha e criatividade são tipo aquelas amigas que não tem nada a ver uma com a outra, ninguém entende porque elas andam juntas, mas elas não se desgrudam por nada nesse mundo.
Em vez de resistir, vamos compreender e continuar :)
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