Sai da terapia, peguei meu notebook, esquentei o café de cedo no microondas (sem desperdício aqui 😅) e vim tentar organizar minhas ideias com você.
Tem muitos anos que eu penso sobre o conceito e a aplicação da criatividade na nossa vida. Gosto de viver sabendo que sou meu próprio laboratório. Nem mil livros poderiam me mostrar como é uma merda lidar com o sentimento de incapacidade que chega na hora de colocar ideias em prática.
Isso tem dominado minha cabeça nas últimas semanas…
Mais do que buscar como imaginar melhor ou conseguir pensar em coisas diferentes, eu preciso olhar para o que me paralisa quando encontro essas ideias.
Ser criativo é enfrentar o que tem do outro lado
Projetos, sonhos, decisões, tarefas…Pra fazer qualquer coisa de diferente, você vai ter que abrir a porta e andar até lá. Isso é desconfortável pra caralh*, porque é aqui que cada um encontra seus bloqueios.
Ter ideias é a parte mais fácil.
Complicado mesmo é fazer alguma coisa com isso.
Está fazendo sentido por aí? 👁️
Penso que a nossa cabeça é como se fosse um quarto. Ali, guardamos tudo o que acreditamos sobre a vida, as pessoas e o que é possível ou não.
Esse quarto tem uma porta.
Ela fica quase aberta, de um jeito que dá pra ver que tem uma luz fortíssima e brilhante do lado de fora. Lá naquela parte iluminada existem muitas ideias ou atividades novas, que consideramos fora do nosso alcance, por isso, não damos espaço para essa luz entrar.
Enquanto isso, aqui dentro do quarto a luz é baixa.
Não é tão claro, também não é totalmente escuro. Bem mediano, mas dá pra viver. Nesse espaço estão as ideias que nos deixam confortáveis. Embora não sejam tão animadoras, já sabemos como lidar com elas.
No dia a dia da vida, sempre que escutamos algo ameaçador ou estamos diante de uma situação desafiadora, temos a tendencia de fechar a porta bem rápido. Passando a chave só pra ter a certeza de que nenhuma luz diferente entrou.
“Ufa, o lugar continua seguro e confortável.”
Trabalhar na própria recuperação criativa significa QUERER mudar essa abordagem. Quando uma ideia ou um simples pensamento que parece interessante passar por perto, precisamos nos esforçar pra abrir mais um pouco a porta. Nem precisa ser de uma vez, só um pequeno empurrão que vai deixar uma fresta maior de luz entrar.
Tenho me perguntado muito duas coisas:
Por que eu insisto em fechar a porta?
O que tem do outro lado que me assusta?
Eu prefiro ser realista e te dizer que você não vai conseguir acabar com todas as coisas que te travam. Se alguém te disser que pessoas criativas são determinadas, ousadas e positivas o tempo todo, corre, é mentira. Ninguém é.
Mas eu acredito SIM que podemos esmiuçar bloqueios pra entender o que fazer com cada fator limitador de forma mais específica.
Abrir a porta devagar, de pouco em pouco, é o que torna a mente aberta. Nessa semana, comece a fazer esse exercício ativo ato de olhar para o que tem do outro lado, mas você está evitando.
🖤 David Lynch foi, mas deixou um conselho que eu tenho me esforçado muito pra colocar em prática:
"O velho está morto, e eu não sei o que é o novo. A única maneira de encontrar o novo é começar coisas diferentes e ver se há algo que pode sair da experimentação. É um pouco perturbador, mas é uma coisa esperançosa de certa forma. Já estive aqui antes, muitas vezes."
É impossível escancarar as portas da mente de uma vez só. Mas, de empurrão em empurrão, a luz mais forte entra e ilumina o ambiente de verdade.
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